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segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Um Mensageiro para Toda a Humanidade

“Ó humanos!  O Mensageiro chegou a vós com a verdade de seu Senhor; então, crede porque é para seu próprio bem!  E se negais a verdade, por certo a Deus pertence tudo que existe nos céus e na terra, e Deus é Onisciente, Sábio!” (Alcorão 4:170)
Deus convida todos os seres humanos a aceitarem Muhammad como Seu “Mensageiro” que trouxe a verdade de seu Senhor.  Um “mensageiro” de Deus, na doutrina islâmica, é mais do que um profeta.  Um profeta é essencialmente alguém que prediz o futuro.  Um “mensageiro” é um professor de moral escolhido por Deus para levar adiante a mensagem divina a outros, com base na revelação que ele recebe.  A recepção da ‘mensagem’ de Deus é chamada de ‘revelação.’  A tradição islâmica vê todos os ‘mensageiros’ como profetas, mas nem todos os profetas são considerados ‘mensageiros’.   Abraão, Moisés, Jesus e Muhammad, que Deus os exalte, são vistos como mensageiros. 
Por que alguém deveria aceitar Muhammad como mensageiro de Deus?  Muhammad foi o cumprimento de profecias bíblicas de Moisés e Jesus.  Muhammad tinha um caráter impecável e viveu uma vida perfeita, que foi preservada como a de nenhum outro homem jamais foi.  Seus ensinamentos religiosos e morais são a melhor solução para os problemas da modernidade.  O Alcorão, a escritura que ele trouxe de Deus para esse mundo, é um milagre literário inimitável e a única escritura do mundo que foi preservada palavra por palavra.  Em resumo, tudo sobre ele e vindo dele é simplesmente verdade.  Aqueles que não conhecem esse homem estão convidados a aprender mais sobre ele, já que o próprio Deus anunciou que a crença em Muhammad é para o próprio bem da pessoa.   Se ela assim o fizer, viverá uma existência feliz, disciplinada, nessa vida, e após a morte viverá pela eternidade no Paraíso.  Se alguém escolher rejeitá-lo (e, conseqüentemente, Àquele que o enviou), não prejudicará a Deus ou Seu mensageiro de forma alguma mas, ao contrário, apenas prejudicará quem o rejeita.  Tudo no universo pertence a Deus, Ele é Onisciente e Sábio sobre o que Ele ordena e cria.

Fonte: IslamLand (www.islamland.com).

Abdullah ibn Salam, rabino, Medina

 

Al-Husayin ibn Salam era um rabino judeu em Yathrib [Medina] que era amplamente respeitado e honrado pelo povo da cidade, mesmo por aqueles que não eram judeus.   Era conhecido por sua piedade e bondade, sua conduta elevada e sua veracidade.
Al-Husayn viveu uma vida pacífica e gentil, mas era sério, com propósitos e organizado na forma como passava seu tempo.  Por um período fixo a cada dia ele fazia sua adoração, ensinava e pregava no templo.
Então passava algum tempo em seu pomar, cuidando, podando e polinizando as tamareiras.  Depois disso, para aumentar o entendimento e conhecimento de sua religião, ele se devotava ao estudo do Torá.
Nesse estudo é dito que ele era particularmente afetado por alguns versos do Torá, que lidavam com a vinda de um Profeta que completaria a mensagem dos Profetas anteriores.  Al-Husayn assumiu então um interesse imediato quando ouviu relatos do aparecimento de um Profeta em Meca.

O que se segue é sua história, em suas próprias palavras:

Quando ouvi do aparecimento do Mensageiro de Deus (que a paz esteja sobre ele), comecei a fazer perguntas sobre seu nome, sua genealogia, suas características, época e lugar e comecei a comparar essa informação com o que estava contido em nossos livros.
Dessas perguntas fiquei convencido sobre a autenticidade de sua missão profética e afirmei a verdade de sua missão.  Entretanto, ocultei minhas conclusões dos judeus.  Segurei minha língua.
Então chegou o dia quando o Profeta, que a paz esteja sobre ele, deixou Meca e partiu para Yathrib.  Quando ele alcançou Yathrib e parou em Quba, um homem chegou correndo na cidade, convocando as pessoas e anunciando a chegada do Profeta.
Naquele momento eu estava no topo de uma tamareira fazendo um trabalho.  Minha tia, Khalidah bint Al-Harith, estava sentada sob a árvore.  Ao ouvir a notícia, gritei: “Allahu Akbar! Allahu Akbar!” (Deus é Maior! Deus é Maior!)
Quando minha tia me ouviu, me censurou: “Que Deus o frustre... Por Deus, se você tivesse ouvido que Moisés vinha em sua direção não teria sido mais entusiasmado.”
“Tia, ele é realmente, por Deus, o ‘irmão’ de Moisés e segue sua religião. Foi enviado com a mesma missão de Moisés.” Ela ficou em silêncio por um instante e depois disse: “Ele é o Profeta sobre o qual você nos falou que seria enviado para confirmar a verdade pregada pelos Profetas anteriores e completar a mensagem de seu Senhor?”
“Sim,” respondi.
Sem demora ou hesitação fui me encontrar com o Profeta.  Vi multidões em sua porta.  Andei no meio da multidão até chegar perto dele.
As primeiras palavras que ouvi dele foram: “Ó povo! Espalhe a paz… Compartilhe a comida… Ore durante a noite enquanto as pessoas (normalmente) dormem… e entrarão no Paraíso em paz.”
Olhei para ele bem de perto.  O inspecionei e me convencido de que seu rosto não era o de um impostor.  Cheguei mais perto e fiz a declaração de fé de que não há nenhuma divindade exceto Deus e que Muhammad é o Mensageiro de Deus.
O Profeta se virou para mim e perguntou: “Qual é o seu nome?” “Al-Husayn ibn Salam,” respondi.  “Agora é Abdullah ibn Salam,” ele disse (me dando um novo nome).  “Sim,” concordei.  “Será Abdullah ibn Salam. Por Aquele que o enviou com a Verdade, não desejo ter outro nome depois desse dia.”
Voltei para casa e introduzi o Islã à minha esposa, meus filhos e o resto de minha família.  Todos aceitaram o Islã, inclusive minha tia Khalidah que era então uma senhora idosa.  Entretanto, avisei-lhes para ocultar nossa aceitação do Islã dos judeus até que eu desse permissão.  Eles concordaram.
Subsequentemente voltei ao Profeta (que a paz esteja sobre ele) e disse: “Ó Mensageiro de Deus! Os judeus são um povo (inclinado) à difamação e falsidade. Quero que convide seus homens mais proeminentes para encontrá-lo. Durante o encontro, devo ser mantido oculto deles em um dos quartos. Pergunte a eles sobre minha condição entre eles antes de descobrirem minha aceitação do Islã. Então os convide ao Islã. Se souberem que me tornei um muçulmano, eles me denunciarão e acusarão das piores coisas e me difamarão.”
O Profeta me manteve em um dos quartos e convidou as personalidades judaicas proeminentes para visitá-lo.  Ele introduziu o Islã a eles e os convocou a terem fé em Deus.
Começaram a disputar e argumentar com ele sobre a Verdade.  Quando ele percebeu que não estavam inclinados a aceitar o Islã, ele lhes perguntou:
“Qual é a condição de Al-Husayn ibn Salam entre vocês?”
“Ele é nosso sayyid (líder) e filho de nosso sayyid. É nosso rabino e nossoalim (erudito), o filho de nosso rabino e alim.”
“Se soubessem que ele aceitou o Islã, aceitariam o Islã também?” perguntou o Profeta.
“Que Deus não permita! Ele não aceitaria o Islã. Que Deus o proteja de aceitar o Islã,” disseram, horrorizados.
Nesse momento apareci na frente deles e anunciei: “Ó assembléia de judeus! Sejam conscientes de Deus e aceitem o que Muhammad trouxe. Por Deus, certamente sabem que ele é o Mensageiro de Deus e podem encontrar profecias sobre ele e a menção de seu nome e características em seu Torá. De minha parte declaro que ele é o Mensageiro de Deus. Tenham fé nele e acreditem que ele é verdadeiro. Eu o conheço.”
“Você é um mentiroso,” gritaram.  “Por Deus, você é mau e ignorante, o filho de uma pessoa má e ignorante.” E continuaram a lançar todo tido de abuso sobre mim.

Aqui termina sua própria narrativa.

Abdullah ibn Salam abordou o Islã com uma alma sedenta de conhecimento.  Era devotado de forma apaixonada ao Alcorão e passou muito tempo recitando e estudando seus versículos belos e sublimes.  Era profundamente ligado ao nobre Profeta e estava constantemente em sua companhia.
Passava muito de seu tempo na masjid (mesquita), engajado em adoração, aprendizado e ensino.  Era conhecido por sua forma doce, comovente e efetiva de ensinar em círculos de estudo dos Sahabah (companheiros) que se reuniam regularmente na mesquita do Profeta.
Abdullah ibn Salam era conhecido entre os Sahabah como um homem das pessoas do Paraíso.  Isso por causa de sua determinação em relação ao conselho do Profeta de se apegar com perseverança ao ‘suporte mais confiável’ que é a crença e a submissão total a Deus.


Todos os muçulmanos representam o Islã?

 (parte 1 de 3): Introdução



O Islã e os seguidores do Islã, os muçulmanos, são muito proeminentes na mídia hoje em dia.  Em todo o mundo o debate cobre vários tópicos islâmicos ou que invariavelmente envolvem muçulmanos.  A exposição quase contínua na mídia significa que dificilmente existe uma pessoa no mundo que não leu ou viu algo sobre o Islã ou os muçulmanos, ou sobre ambos.  Além disso, a maioria das pessoas tem uma opinião.  Muitas baseiam suas opiniões em equívocos ou mal-entendidos sobre o Islã.  E outros muitos baseiam suas opiniões nas ações ou palavras de pessoas que se consideram muçulmanas, mas que na verdade têm muito pouco conhecimento sobre sua religião.
Felizmente, existem muitas que baseiam suas opiniões em conhecimento sólido e pesquisa.  É através da misericórdia de Deus que a verdade do Islã geralmente reina triunfante sobre a especulação e desinformação da mídia.  Entretanto, em um século saturado pela mídia é mais do que justo perguntar: todos os muçulmanos representam o Islã?
A resposta é claro que não! Pense nisso por um minuto. Alguém faria a pergunta se todos os alemães representam a Alemanha?  Todos os indonésios representam a Indonésia?  Todos os católicos representam o Catolicismo e todos os hindus, o Hinduísmo?  Não, claro que não! Embora uma religião ou um país geralmente não sejam difamados em função das ações de poucas pessoas, tristemente não é o caso do Islã, especialmente depois do 11 de setembro.
É um fato angustiante que muitos crimes de porte tenham sido perpetrados por indivíduos, grupos, e países em nome do Islã.  Quando essas atrocidades acontecem, se tornou a norma culpar a religião do Islã, ao invés dos próprios perpetradores.  Em 1987 quando um atirador sikh abriu fogo sobre um ônibus de passageiros hindus no estado de Punjab da Índia, matando 38 pessoas, a mídia não declarou que a religião sikh era sanguinária e automaticamente condenou todos os sikhs.
Na Espanha o ETA (Movimento separatista basco) reivindicou responsabilidade por mais de 800 mortes desde 1968.  Embora a Espanha seja 94% católica, como mencionado no livro dos fatos mundiais da CIA, essa atrocidade não foi atribuída aos católicos, nem a Igreja Católica condenada como uma religião que promove a violência.  Se uma pessoa comete um crime e então se declara muçulmana ou grita as palavras Allahu Akbar (Deus é Grande), isso não faz dela um representante do Islã. 
Entretanto, saber que nem todos os muçulmanos representam o Islã não resolve o problema.  O que é essa religião chamada Islã e como tantas pessoas que se declaram muçulmanas deturpam seu próprio modo de vida?  Infelizmente, muitos muçulmanos em todo o mundo são marginalizados e lutam para superar históricos coloniais e imperiais.  A conquista militar, exploração econômica e mutação cultural embebidas no colonialismo dos séculos 15 ao 20 deixou gerações de muçulmanos descontentes, marginalizados e afetados pela pobreza, lutando para chegar a termos com um mundo globalizado. 
Isso, entretanto, não é desculpa para mau comportamento ou para a perpetração de atrocidades contra inocentes.  Não existem desculpas para crimes desse tipo.  Mas um pouco de informação histórica nos ajuda a compreender por que algumas pessoas cometem crimes e atrocidades contra a humanidade, contra si mesmas e, por fim, contra sua religião.  Quando vemos ou lemos sobre uma pessoa que se considera muçulmana perpetrando um crime tão horrível de contemplar, é importante entender que essa pessoa não representa o Islã.  O mesmo pode ser dito de todas as religiões.  Ao longo da história a humanidade tem usado o nome de Deus para justificar atos indescritíveis.
No Islã é impossível para uma pessoa falar em nome de todos os muçulmanos ou agir por todos os muçulmanos. Quando as diferenças surgem os muçulmanos se voltam para as únicas fontes confiáveis, o Alcorão e as tradições autênticas do profeta Muhammad, que Deus o louve. 
Um dos problemas enfrentados pelo mundo em geral hoje, e os muçulmanos em particular, é que pessoas não qualificadas pensam ser possível ler um livro, mal traduzido em um idioma que não é o árabe e, instantaneamente, se tornarem capazes de proferir normas religiosas sobre assuntos que desconhecem.  Pessoas com pouquíssimo conhecimento islâmico repentinamente se tornam especialistas, enquanto os verdadeiros especialistas não conseguem ter suas opiniões ouvidas.  Grupos extremistas pregam ideologias extremas que não têm lugar no modo de vida que é o Islã.  O Islã é o caminho do meio e extremos não fazem parte dos ensinamentos do Islã.
Quando o Islã é chamado de religião da paz, se quer dizer isso literalmente. Islã vem da palavra raiz “sa-la-ma”, assim como a palavra Muslim (muçulmano, aquele que segue a mensagem do Islã) e que entre os muitos significados também denota paz, segurança e implica submissão a Deus, Todo-Poderoso.  Paz e segurança são inerentes à submissão ao Deus Único.  Quando uma pessoa se submete à vontade de Deus, experimenta uma sensação inata de segurança e tranquilidade.
Nem todos os muçulmanos representam o Islã e nem todos os muçulmanos compreendem e seguem sua religião.  A cultura com frequência dita as ações.  Sabendo disso, torna-se essencial reconhecer que só porque uma pessoa, um grupo ou um país são conhecidos como islâmicos, não significa que automaticamente sigam as leis enviadas por Deus.  O Alcorão foi revelado para toda a humanidade e o profeta Muhammad foi enviado como misericórdia para toda a humanidade.  Uma pessoa não tem mais direito a paz e segurança que outra.  Cada pessoa tem direito a sustento, moradia e segurança e se alguns têm seus direitos concedidos por Deus negados, é responsabilidade do restante da humanidade restaurar aqueles direitos, e não removê-los de forma flagrante.
Nos artigos que se seguem discutiremos o papel da cultura e dos costumes, aprenderemos o que o Islã diz sobre violência e guerra e veremos como a ignorância ofusca os verdadeiros ensinamentos islâmicos.

(parte 2 de 3): O Islã demanda justiça, mesmo sob pressão

      Tentar convencer as pessoas de que os muçulmanos não são terroristas, que as muçulmanas não são oprimidas ou que nem todos os muçulmanos representam o Islã está se tornando cada vez mais difícil. Presume-se que um homem muçulmano com uma barba espessa está planejando um ataque - a algo.  Se uma muçulmana escolhe vestir-se modestamente é dado como certo que foi forçada a vestir tal roupa.  Embora dificilmente seja possível pegar um jornal ou assistir ao noticiário sem ouvir algo sobre o Islã ou os muçulmanos, geralmente é uma interpretação errônea ou deturpação grave.
Nessa mistura volátil entra o próprio muçulmano ou muçulmana, porque às vezes os muçulmanos são seus piores inimigos.  Geralmente falam sem conhecimento ou até sem pesar o efeito de suas palavras.  Às vezes os muçulmanos reagem sem olhar para o panorama geral.  Reagem aos equívocos sem perceber que seus comportamentos algumas vezes afirmam as noções incorretas. Nem todos os muçulmanos representam o Islã.
Vivemos em tempos interessantes e, de acordo com um velho provérbio chinês, isso pode ser tudo, menos uma bênção.  Os muçulmanos chamam esse período de tempo de fitnah (testes e tribulações).  A vida corre nos levando ao desconhecido, mas de uma maneira estranha tudo já foi feito antes.  Não é a primeira vez na história que os muçulmanos sofreram os efeitos de mentiras ou deturpações.  Entretanto, quando as mentiras e deturpações se amontoam os que buscam a verdade nesse mundo têm uma forma de encontrar o ouro enterrado na terra.  O Islã é como aquele ouro, que pode repousar quietamente, mas não perde nada de sua beleza ao fazê-lo.
A maior ameaça aos muçulmanos e ao modo islâmico de vida agora é a “guerra ao terror” e a subsequente demonização dos muçulmanos.  A grande mídia foca no mau comportamento dos muçulmanos que frequentemente têm pouquíssimo entendimento de sua religião.  A grande maioria dos 1,6 bilhões de muçulmanos do mundo condena atos de terror e a matança de civis inocentes. O mesmo faz a maioria dos estudiosos e líderes muçulmanos e, ainda assim, infelizmente, a religião do Islã é quase invariavelmente implicada no pensamento e comportamento de criminosos.
Os erros de muçulmanos são frequentemente usados para justificar ou encorajar o ódio a muçulmanos inocentes ou à religião do Islã.  Continuamente versículos do Alcorão são tirados de contexto e dito que criminosos seguem o dogma islâmico, quando na realidade nada poderia estar mais longe da verdade.  Para compreender a posição islâmica sobre a violência e a guerra, deve-se referir às fontes originais, o Alcorão e as tradições autênticas do profeta Muhammad, que Deus o louve.  Não é viável tirar um versículo do Alcorão e deduzir seu significado sem ler os versículos que vêm antes e depois.  O entendimento pleno da profundidade e sutileza do Alcorão só é possível quando se entende o contexto histórico e a razão para a revelação e também se tem um conhecimento profundo da vida do profeta Muhammad.
Portanto, o que exatamente o Islã diz sobre a guerra e a violência?
O Islã é a religião revelada por Deus para o benefício da humanidade e proíbe totalmente prejudicar pessoas inocentes de qualquer forma.  Isso inclui seus corpos, bens ou honra. O Islã ensina que os muçulmanos tratem a todos, independente de religião, etnia, cor ou status social, com respeito e gentileza.  Proíbe a opressão, salvaguarda os direitos e ordena que os muçulmanos vivam em paz e harmonia, mantendo a justiça mesmo em relação aos inimigos e até em tempos de guerra.  Nunca é permissível matar uma pessoa que não seja hostil ou que tenha um tratado de paz. 
“Deus nada vos proíbe, quanto àqueles que não nos combateram pela causa da religião e não vos expulsaram dos vossos lares, nem que lideis com eles com gentileza e equidade, porque Deus aprecia os equitativos.” (Alcorão 60:8)
Quando o profeta Muhammad enviou seus companheiros para a batalha, disse: “Vão em nome de Deus e não matem velhos, crianças e mulheres. Espalhem a bondade e façam o bem, porque Deus ama os benfeitores.”[1]  “Não matem os monges nos monastérios” ou “Não matem as pessoas em seus locais de adoração.[2] Uma vez, depois de uma batalha, o profeta viu o corpo de uma mulher no chão e disse: “Ela não estava lutando. Por que então foi morta?”
Essa forma de se comportar em tempos de guerra foi posteriormente enfatizada por Abu Bakr, o líder da nação islâmica depois do profeta Muhammad. Ele disse: “Ordeno a vocês dez coisas.  Não matem mulheres, crianças ou pessoas idosas ou doentes.  Não cotem árvores frutíferas.  Não destruam um local habitado.  Não abatam ovelhas ou camelos, exceto para se alimentarem.  Não queimem abelhas e não as dispersem.  Não roubem do butim e não sejam covardes.”
Se um inimigo inflige dano aos muçulmanos ou os expulsa de suas casas e terras, então Deus ordena aos demais muçulmanos que os defendam, mas mesmo sob pressão um muçulmano deve se comportar de maneira justa.
“Combatei, pela causa de Deus, aqueles que vos combatem; porém, não pratiqueis agressão, porque Deus não estima os agressores. E combatei-os até terminar a perseguição e prevalecer a religião de Deus. Porém, se desistirem, não haverá mais hostilidades, senão contra os iníquos.” (Alcorão 2: 190-193)
“Ó crentes, sede perseverantes na causa de Deus e prestai testemunho, a bem da justiça; que o ódio aos demais não vos impulsione a serdes injustos para com eles.  Sede justos, porque isso está mais próximo da piedade, e temei a Deus.  Porque Ele está bem inteirado de tudo quanto fazeis.” (Alcorão 5:8) 
A mensagem do Alcorão é clara.  Tirar uma vida, qualquer vida, é um pecado grave.  Tanto o Alcorão quanto as tradições autênticas do profeta Muhammad, que Deus o louve, estão imbuídos de um profundo senso de justiça e perdão.  A mensagem do Islã é para toda a humanidade e o Islã exige misericórdia e sabedoria em todas as transações, mesmo em tempos de guerra.  Quando as atrocidades que desafiam a crença e os ensinamentos do Islã são cometidas, é importante lembrar que nem todos os muçulmanos representam o Islã.
“Por isso prescrevemos aos israelitas que quem matar uma pessoa, sem que esta tenha cometido homicídio ou semeado a corrupção na terra, será considerado como se tivesse assassinado toda a humanidade.” (Alcorão 5:32)


Notas de rodapé:
[1] Abu Dawood.
[2] Imam Ahmad

(parte 3 de 3): Superstições estranhas não são parte do Islã

Nos dois artigos anteriores discutimos o fato de que nem todos os muçulmanos representam a religião do Islã. Nosso foco era a atitude do Islã em relação à guerra, violência e terrorismo.  Estabelecemos que o Islã é uma religião de paz e que matança ou violência injustificadas são absolutamente proibidas.  É triste que muitos muçulmanos em todo o mundo tenham manchado o nome do Islã cometendo atos e atrocidades que não têm lugar em uma religião baseada nos conceitos de justiça e misericórdia.  Entretanto, essa não é a única maneira em que os próprios muçulmanos transmitem uma falsa imagem do Islã.
Do início é importante compreender a base do Islã - Deus é Único.  Não tem parceiros, filhos, filhas ou ajudantes.  Ele sozinho criou e sustenta o universo. Nada acontece sem Sua permissão.
“Ele é Allah, o Único. Allah-us-Samad. Deus! O Absoluto! (O Mestre Autossuficiente, de Quem todas as criaturas precisam, não come e nem bebe). Jamais gerou ou foi gerado! E ninguém é comparável a Ele!” (Alcorão 112)
 “Haverá outra divindade em parceria com Deus? Exaltado seja Deus de quanto Lhe associam!” (Alcorão 27:63)
Os muçulmanos creem com certeza que não existe divindade exceto Allah e que os profetas e mensageiros foram enviados por Deus para guiar a humanidade para a verdade de que Deus é Único. Portanto, no Islã não há espaço para nenhum tipo de intercessão.  Os muçulmanos adoram apenas a Deus e apenas a Ele pedem ajuda em todas e quaisquer coisas.  Esse conceito é conhecido como tawhid e forma a base da religião do Islã.
Entretanto, quando olhamos para o comportamento de alguns muçulmanos encontramos práticas e superstições que são de fato proibidas no Islã.  A adoração sincera somente a Deus foi adulterada por costumes e tradições locais e, ainda assim, muitos muçulmanos não estão dispostos a admitir que essa corrupção existe.  O fato é que nem todos os muçulmanos fazem sua adoração da maneira correta e nem todos representam o Islã.
Um dos pecados mais graves é invocar alguém ou algo além de Deus. Isso é proibido no Islã e, ainda assim, em todo o mundo essas práticas culturais profundamente enraizadas permanecem.  Os muçulmanos que invocam os mortos para interceder por eles não representam a religião do Islã.  Os muçulmanos que acreditam que pessoas virtuosas são capazes de interceder entre as pessoas comuns e Deus não representam a religião do Islã.  Os que usam amuletos e talismãs na crença de que, de alguma forma, podem evitar o mal ou atrair o bem, não representam o Islã. Essas são contradições diretas à Unicidade de Deus.
A corrupção na adoração é evidente nos muitos mitos e tradições que cercam a gravidez e o parto.  Muitas tradições envolvem o uso de talismãs e amuletos.  Um muçulmano, entretanto, sabe que tudo vem de Deus e que sorte ou aleatoriedade não estão envolvidas.  Superstições estranhas não podem trazer dano ou bem.  O Islã ensina que não há poder ou força exceto com Deus e dissipa esses mitos e superstições libertando a humanidade desse tipo de servidão.
Tendo isso em mente, vamos examinar as práticas culturais que cercam duas mulheres fictícias.  As mulheres nessas anedotas são totalmente fictícias, mas as práticas são reais e formam apenas uma pequena parte de centenas de tradições e práticas usadas em todo o mundo muçulmano para afastar o mal ou obter o bem.
Em uma pequena aldeia fora de Mogadíscio, na Somália, Nura de 18 anos acabou de ter seu primeiro filho.  Um menino bonito e saudável.  Nura e sua família acreditam que o bracelete que o menino usa feito de corda e ervas o protegerá do mau olhado.  A maioria dos somalis vincula sua identidade com o Islã, entretanto, um grande número de práticas pré-islâmicas sobreviveram.  Existe uma crença forte em possessão por jinn (demônio) e em zar (um culto no qual as mulheres são possuídas por vontade própria) e a maioria dos beduínos somalis usam de forma rotineira amuletos para proteção.  Antes do Islã o sistema de crenças na Somália era amplamente animista, datando da era paleolítica, no qual todo objeto animado ou inanimado tinha uma alma. 
Essas tradições e práticas geralmente revolvem em torno de importantes experiências de vida, como nascimento e morte e, com frequência, envolvem o uso de plantas e ervas tanto por suas propriedades medicinais quanto pela crença de que essas plantas e ervas oferecem proteção contra espíritos malévolos.  Assim, um recém-nascido recebe um amuleto para protegê-lo do mau.  Essa prática claramente nega a Unicidade de Deus. Essas são tradições que não fazem sentido quando a natureza verdadeira de Deus é revelada através do Alcorão e das tradições autênticas do profeta Muhammad, que Deus o louve.
Bem longe na Turquia, na metrópole próspera de Istambul, a mãe e tias de Ceylan estão adornando a parede do quarto no qual ela dará a luz com cordas de cebola, alho e contas azuis.  Elas acreditam que isso protegerá Ceylan e o bebê recém-nascido de mau olhado e do jinn mau conhecido na Turquia como o “ladrão de bebê”.  Entre as cordas de ervas sendo penduradas no quarto na Turquia também se pode encontrar contas azuis.  Elas são predominantes em muitas comunidades muçulmanas.  As pessoas usam amuletos, mantendo-os a mão para dar aos convidados, penduram perto das portas de suas casas ou em seus carros.  As contas são geralmente feitas de vidro para refletir qualquer má sorte ou mau e a crença é de que, como um espelho, atraem energia positiva e refletem de volta as más intenções.  De acordo com essa crença falsa, se o mal for forte demais para ser afastado pelo olho azul, ele rompe, se sacrificando.
É difícil de traçar a origem das contas azuis, entretanto, é comum em todos os países ao redor do mar Mediterrâneo, incluindo Grécia, Chipre e Egito.  Podem até ser tão antigas quanto os antigos egípcios.  O olho de Hórus (antigo símbolo egípcio de proteção e poder) pode ser a origem dessa crença difundida e a cor azul tem sido usada desde a antiguidade para denotar cura e proteção.  O Islã é claro: cura e proteção vêm apenas de Deus.
As práticas supersticiosas e a adoração corrompidas são prevalentes nas comunidade muçulmanas em todo o mundo.  Você pode ter notado algumas em sua própria comunidade. Entretanto, elas não representam o Islã.  O Islã é a religião do conhecimento informado, não de fé cega e superstições estranhas.  O poder de Deus é onipotente.  Quando os muçulmanos se comportam de uma maneira que parece encorajar superstições e comportamento estranho, não representam o Islã.  A mensagem do Islã é clara.  Não há poder ou força exceto com Deus e o profeta Muhammad é Seu mensageiro final.


Água e Saneamento


Água, ou H2O, forma a base de todos os fluidos corporais, incluindo sangue, fluido espinhal, saliva e lubrificante das articulações. Compõe dois terços do peso corporal, regula a temperatura do corpo e sem um suprimento adequado de água os humanos morreriam dentro de poucos dias.  A água é essencial para a manutenção da saúde, limpeza pessoal e higiene geral.  A água também é indispensável para a agricultura e a indústria.  Claramente a água é uma preocupação crucial para o planeta terra e seus habitantes.  Então não surpreende que o Islã leve muito a sério a questão da água e sua conservação.
Muhammad, o profeta do Islã, nasceu no deserto árabe, um local onde a água sempre foi uma preocupação.  A água foi um tema comum na literatura e poesia árabes e teve um impacto no desenvolvimento da arte e arquitetura islâmicas.  Cidades islâmicas, geralmente desenvolvidas ao redor da mesquita, disponibilizaram água corrente e recipientes para ablução (lavagem antes da oração), bebedouros públicos e bebedouros para animais.  Esses bebedouros e recipientes frequentemente eram decorados com inscrições corânicas, geralmente versículos relacionados à centralidade e sacralidade da água no Islã.  O Alcorão se refere à água como a substância que sustenta a vida e o agente chave para a purificação. Ele diz:  
“... criamos todos os seres vivos da água...” (Alcorão 21:30)
Os muçulmanos acreditam que a água é um presente de Deus e que é uma prova de Sua existência, grandeza e singularidade.  Deus nos conclama a contemplar a chuva, os rios, a água doce e salgada e a reconhecer a água como um sinal de Sua Graça.  Deus nos prove com a água que precisamos, mas poderia facilmente retê-la.
“Quem criou os céus e a terra, e quem envia a água do céu, mediante a qual fazemos brotar vicejantes vergéis, cujos similares jamais podereis produzir? Poderá haver outra divindade em parceria com Deus? Qual! Porém, (esses que assim afirmam) são seres que se desviam.” (Alcorão 27:60)
A água é de fato uma bênção e uma misericórdia de Deus e somos obrigados a usá-la sabiamente, fazendo esforços concentrados para mantê-la livre de poluentes.  Em sua forma pura é clara, sem cor, sem odor e tem um sabor agradável.  Contém somente uma quantidade mínima de minerais e é livre de bactérias, poluentes orgânicos e parasitas.  Infelizmente, ao longo dos séculos a água se tornou contaminada.  A água da chuva está infectada pela poluição do ar, os rios e córregos foram contaminados por matéria em decomposição, lixos domésticos e químicos tóxicos e os oceanos estão poluídos por dejetos e resíduos sanitários.  Em todo o globo, rios e mares não são mais fontes viáveis de alimento, milhões de pessoas não têm acesso à água potável e a água contaminada espalha doenças como a tifoide e a esquistossomose.
Suprimentos de água estagnada poluída contaminados com resíduos corporais são especialmente perigosos.  Há mais de 1.400 anos, o profeta Muhammad alertou às pessoas sobre os perigos de beber ou se banhar em água contaminada.  Proibiu urinar e defecar em fontes de água ou próximo a elas,[1]  e destacou a repugnância de usar locais onde as pessoas descansam, coletam água ou se limpam com área de toalete.  Essa proibição pode ser estendida a quaisquer poluentes da água, com resíduo industrial e lixo doméstico que podem prejudicar a saúde humana ou colocar em perigo o meio-ambiente, a flora ou a fauna.  Deus nos ordena no Alcorão a não fazer corrupção na terra após tê-la colocado em ordem(Alcorão 7:85) e denuncia aqueles que saem pela terra espalhando a corrupção e destruindo as colheitas e o gado. (Alcorão 2:205)
Muitas das tradições do profeta Muhammad deixam claro que é muito importante preservar a pureza da água.  Ele disse: “Ninguém ao acordar deve colocar sua mão em um utensílio até que a tenha lavado três vezes, já que não sabe o que sua mão tocou”,[2]  e alertou contra deixar alimentos e água descobertos durante a noite.  O profeta Muhammad instruiu seus seguidores a amarrar a boca de seus cantis e a cobrir os seus recipientes com comida. (Ibn Majah)
A água é um recurso muito valorizado e precioso e a lei islâmica entra em detalhes para assegurar sua distribuição justa e equitativa.  Existem dois preceitos fundamentais que orientam o direito à água.  O direito de sede estabelece o direito universal de a humanidade saciar sua sede e a de seus animais e o direito de irrigação dá aos usuários o direito de irrigar suas colheitas.  Várias tradições transmitidas a partir do profeta Muhammad se relacionam a quem tem prioridade sobre a água e se ela pode ou não ter um dono.  Alguns ditos se relacionam com a quantidade de água que alguém pode pegar para beber ou irrigar e outros com a proibição do uso excessivo de fontes de água, mesmo quando existe quantidade abundante disponível.
A água é uma das maiores bênçãos concedidas à humanidade.  Quando a chuva cai e reabastece a terra ressecada, pode-se ver a misericórdia de Deus em cada gotícula.  Água pura caindo do céu, mas Deus é todo-poderoso e pode facilmente reter Suas bênçãos.  Ele nos lembra disso quando diz:
“E fazemos descer, proporcionalmente, água do céu e a armazenamos na terra; mas, se quiséssemos, poderíamos fazê-la desaparecer.” (Alcorão 23:18)
O Islã reconhece que os seres humanos são os guardiães da terra e de tudo que ela contém, incluindo a vegetação, os animais, oceanos, rios, desertos e a terra fértil.  Deus nos provê com o que precisamos para sobreviver de maneira bem-sucedida e florescer, mas somos obrigados a cuidar delas e preservá-las para as futuras gerações.  A água é um recurso que está se tornando difícil de proteger.  Versículos do Alcorão e as tradições do profeta Muhammad nos imploram para sermos conscientes de nossas obrigações e manter as fontes de água limpas e disponíveis para toda a humanidade.


Footnotes:
[1] Abu Dawood, Ibn Majah, Saheeh Muslim.
[2] Saheeh Muslim.


O Álcool no Islã
 

A abordagem holística do Islã para a saúde e bem-estar significa que qualquer coisa prejudicial ou predominantemente prejudicial, é proibida.  Portanto, o Islã assume uma posição inflexível em relação ao álcool e proíbe seu consumo em quantidades pequenas ou grandes.  O álcool é sem dúvida prejudicial e afeta a mente e o corpo de forma negativa.  Embota a mente, causa doenças, desperdiça dinheiro e destrói indivíduos, famílias e comunidades.  Pesquisadores[1]  provaram que existe um elo forte entre o álcool e o jogo.  A bebida prejudica o julgamento, diminui a inibição e encoraja o tipo de risco envolvido no jogo e em atividades perigosas.  Deus nos diz no Alcorão que os intoxicantes e o jogo são abominações de Satanás e nos ordena a evitá-las.   (Alcorão 5: 90)
Na Austrália, um país com uma população de aproximadamente 20 milhões, em torno de 3.000 pessoas por dia morrem em decorrência do abuso do álcool, enquanto que outras 65.000 são hospitalizadas.  Estudos têm revelado de forma consistente um elo entre forte consumo de álcool e dano cerebral, e aproximadamente 2.500 australianos são tratados anualmente por danos cerebrais relacionados ao álcool.  Uma pesquisa no Reino Unido indica que 6% das mortes por câncer estão relacionadas ao abuso de álcool e o Harvard Centre for Cancer Prevention (Centro Harvard para a Prevenção do Câncer) diz que consumir álcool aumenta muito o risco para vários cânceres.  O álcool é considerado altamente cancerígeno, aumentando o risco de câncer de boca, faringe, laringe, esôfago, fígado e mama.  Consumir álcool durante a gravidez pode levar à síndrome alcoólica fetal, que faz com que a criança seja pequena no nascimento, tenha algumas más formações faciais, pequenas aberturas oculares, que seus dedos das mãos ou pés sejam unidos por membranas ou não existam, tenha deformidades em órgãos, dificuldades de aprendizado, retardo mental e muito mais.
Pesquisadores na Austrália também estimaram que 47% de todos que cometem crimes violentos e 43% de todas as vítimas desses crimes estavam bêbados antes do evento.  O álcool é responsável por 44% dos ferimentos causados por fogo, 34% das quedas e afogamentos, 30% dos acidentes de carro, 16% dos casos de abuso infantil e 7% dos acidentes industriais.  Embora seja claro que o álcool é responsável por uma grande quantidade de males, ele é legal e até encorajado na maioria das sociedades.  Em países muçulmanos, onde o álcool é proibido, muitas pessoas acham difícil resistir à tentação e tornam-se presas da doença do alcoolismo.  Surpreendentemente, apesar de tamanha evidência contra o álcool, as pessoas em todo o mundo continuam a consumi-lo em quantidades cada vez maiores.  Por quê?
O álcool é uma das ferramentas que Satanás usa para distrair a humanidade da adoração a Deus.  Deus afirma claramente no Alcorão que Satanás é um inimigo declarado da humanidade e, ainda assim, através do consumo de álcool convidamos Satanás para nossas vidas, tornando mais fácil que nos distraia de nosso propósito real na vida, adorar Deus.
“Posto que Satanás é vosso inimigo, tratai-o, pois como inimigo.  Ele incita os seus prosélitos a que sejam condenados ao tártaro.” (Alcorão 35:6) 
      O álcool afeta a mente e faz com que comportamento pecaminoso e más ações pareçam razoáveis.  Cria inimizade e ódio entre as pessoas, impede-as de lembrar-se de Deus e as distrai da oração, chamando-as para participar em relações sexuais ilícitas.  O álcool gera vergonha, arrependimento e desgraça e transforma quem bebe em idiota.  Leva à revelação de segredos e exposição de defeitos.
“Satanás só ambiciona infundir-vos a inimizade e o rancor, mediante as bebidas inebriantes e os jogos de azar, bem como afastar-vos da recordação de Deus e da oração.  Não desistireis, diante disso?” (Alcorão 5:91)
Na Arábia pré-islâmica o uso do álcool era comum.  Para erradicar esse mal, Deus em Sua misericórdia revelou a proibição em etapas.  Primeiro, deixou claro que o dano de beber álcool é maior que seu benefício. Depois, disse aos muçulmanos para não irem para a oração enquanto estivessem intoxicados e, finalmente, revelou um versículo proibindo totalmente o álcool.
“Ó vós que credes!  As bebidas inebriantes, os jogos de azar, a dedicação às pedras e as adivinhações com setas, são manobras abomináveis de Satanás.  Evitai-os, pois, para que prospereis.” (Alcorão 5: 90)
Quando isso foi revelado os cidadãos muçulmanos de Medina imediatamente começaram a destruir e esvaziar seus recipientes de álcool na rua.  Até os que desfrutavam de copos de vinho sem culpa cuspiram o álcool de suas bocas.  Diz-se que as ruas de Medina ficaram cobertas de álcool.  Por que então é tão difícil expurgar esse mal no século 21? Os crentes hoje devem confiar completamente em Deus, da mesma forma que os primeiros muçulmanos confiaram em Deus e compreenderam que Ele é o único protetor e provedor.  Todo o poder e força vêm de Deus e um flagelo como o álcool só pode ser erradicado quando os afetados pelo álcool voltarem-se para Deus em completa submissão.
O Alcorão é um livro de orientação enviado para toda a humanidade.  É um conjunto de instruções do Criador para Sua criação.  Se seguirmos essas instruções nossas vidas serão fáceis e tranquilas, mesmo em face de desastre e desgraça.  Deus liga o álcool e o jogo à idolatria e os declara impuros e maléficos. Entretanto, Ele é misericordioso e generoso em relação aos crentes e reconhece o poder do vício. 
      O Islã encoraja e facilita para aqueles que desejam arrepender-se de fazer o mal e de comportamento pecaminoso.  Deus aceita o arrependimento daqueles que verdadeiramente lamentam suas ações e estão comprometidos em afastarem-se do pecado.  As comunidades muçulmanas não colocam no ostracismo os que cometem erros, mantendo-os no Islã e encorajando-os a buscarem a proximidade com Deus, que lhes permitirá deixar o comportamento pecaminoso.  Amigos, família e vizinhos não olham para o outro lado enquanto uma pessoa destrói a si mesma ou à sua família.  O Islã é uma fé voltada para a comunidade.  Não há lugar para um indivíduo fazer o que quer, se prejudica outros.  O abuso do álcool não afeta apenas o alcoólatra, mas também sua família e comunidade.  Há grande sabedoria na proibição do álcool.



Footnotes:
[1] Toda pesquisa nesse artigo é retirada de http://salvos.org.au/need-help/thefacts/documents/Bingedrinking.pdf.